domingo, 26 de julho de 2009

Pão duro no "prostíbulo"

- Eu não negocio preço.
- Mas não são vocês que dizem sempre “faço porque gosto“?
- Faço porque gosto. Do dinheiro
- Mas está muito caro!
- Ah….Então pode sentar com aquela baranga ali do lado. Ela cobra bem menos.
- Ah, é? Qual? Aquela ali? Você sabe quanto?
- Sai daqui, cara! Estou trabalhando e você me atrapalha.
- Queisso, benzinho? Quero você! Só precisamos acertar esse preço.
- O preço está certo. O que não está certo é você ser tão pão-duro.
- Pão-duro?!?! Eu até já bebi um chope nesse lugar caríssimo!
- É. Bebeu um chope em duas horas e ainda nem terminou.
- Eu bebo devagar e gosto de chope quente.
- Eu devia saber que você era canguinha quando pediu sem colarinho.
- Colarinho eu mesmo faço! É só colocar o guardanapo, puxar e pronto. Pra que vou desperdiçar um chope caro desses?
- Desperdiçar um dedo de chope, você quer dizer.
- Esse não é nosso assunto. E aí? Vai me dar o desconto?
- Não dou descontos, dou outras coisas. Cenzinho, mais o motel, e não tem conversa.
- Você fala cenzinho, no diminutivo, como se notas de 100 nascessem em árvores. 50 e fazemos no carro.
- Você só pode estar de sacanagem!
- Ainda não, mas quero muito!
- Então encare os dragões da Vila Mimosa! É lá que os pobres vão atrás de diversão.
- Não sou pobre. Sou econômico.
- Sai, cara! Desse jeito não tem conversa. Se você acha que eu não valho 100 Reais, tem quem ache. E com você aqui, não vou conseguir nada.
- Ah, vai! Vou te tratar bem! O que custa? !
- Custa cem, já te disse. E prefiro que trate bem minha conta bancária.
- Quanto romantismo!
- Se quer namorar, vai pra casa. Sua mulher deve estar te esperando.
- Aquele tribufu não estou comendo nem que me paguem. Bom, depende da grana…
- Porra…como você é mão de vaca!
- Não fala isso, vai! Gostei de você. 70 e eu reclino o banco de trás do carro?
- Sai fora!

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- Ainda por aqui?
- Por pouco tempo. Estou indo. Esse lugar é caro demais.
- Não teve muito sucesso com as garotas?
- Não tive muito sucesso com o preço que elas cobram. E você?
- Nada, nenhum cliente hoje.
- Se cobrasse menos, quem sabe?
- Olha, falando desse jeito, parece que você acha que não valho o preço que cobro.
- Você até vale. Eu é que não tenho a grana.
- Não sei porque, mas gostei de você. Mesmo sendo mão fechada.
- Não sou mão fechada. Sou pobre.
- Não era econômico?
- Dá no mesmo.
- Vai. Eu aceito seus 70, mas não faço no carro e quero uma carona pra casa depois.
- Nada disso. Agora só pago 50.
- O que?!?!?!
- E vai ser no banco da frente! Sem motel e sem reclinar o banco de trás.
- Porra! Você vai gastar dinheiro se reclinar o banco de trás?
- Não, mas dá o maior trabalho fazer isso. E quero economizar energia pra amanhã.
- Quer saber? Vai a merda! Vou esperar meu ônibus aqui.
- Se você prefere. O bom é que não gasto gasolina com você.
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- Ta bom. Eu aceito. Essa merda de ônibus não vai passar a essa hora.
- Com carona cai pra 35.
- PQP…você é o cara mais muquirana que eu conheço.
- Quer ou não quer?
- Tá bom, tá bom.
- Menina esperta! Vai, entra no carro. Mas só uma coisa.
- Que foi agora?
- Tem uma grana pra comprar camisinha? Eu estou sem nenhuma.


By:Copia meu filho

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