Vamos a um "Separados na Maternidade" cultural?
Estamos na reta final do primeiro turno para as eleições, mas uma coisa mais importante tem tirado a atenção (e o sono) dos brasileiros: a estréia d’A Fazenda 3.
A Fazenda, pra quem não sabe, é um reality show com galinhas, vacas, pavões, um asno apresentando e outros animais que não tem culpa de estarem lá. O @ricardoono comentou no twitter que pelo lado bom, pelo menos essas pessoas que estão na casa não vão votar.
Eu penso: ainda bem que elas não estão concorrendo.
Isso me fez pensar que A Fazenda tem muitas semelhanças com a política.
- Assim como nas eleições, temos humoristas, gostosas, barangas, artistas fracassados, ex-jogadores e analfabetos (e, nesse quesito, ainda bem que o Tiririca nunca precisou usar um vestidinho pra ir à aula).
- Assim como na política, quem vencer A Fazenda ganha R$2 milhões. Só que o vencedor do realitysó vai conseguir botar a mão no dinheiro daqui três meses.
- O que mais vai rolar n’A Fazenda são “laranjas” e sujeira varrida pra baixo do tapete.
- Assim como na política temos bundões e todos vão querer mamar nas tetas do governo.
O Brasil não é um país sério. A maior prova disso é que daqui a pouco o Sérgio Mallandro corre o risco de ter mais aprovação que o Guido Mantega. Aliás tem um pessoal em Brasília que ta ganhando fazenda há muito mais tempo. E sem aprovação da opinião pública.
Agora, vocês já pensaram que interessante seria adotar o modelo d’A Fazenda nas eleições? Ao invés de votarmos em quem deveria entrar, poderíamos votar em quem deve sair antes do jogo acabar. Ou colocar câmeras 24h, pra saber quem está fazendo intrigas, escondendo denúncias, lavando dinheiro e onde o Renan Calheiros anda metendo o dedo.
Podemos fazer ainda uma competição entre o time do Senado e o time da Câmara: quem demorar mais em uma votação, perde a rodada de pizza… e por ai vai. E a única audiência pública que precisaríamos nos preocupar, seria o Ibope.
Seria uma boa solução pra fazer com que as pessoas se interessem mais por política. Meu único medo é que o vencedor seja o Suplicy e resolva usar o dinheiro pra gravar outro CD.
Por isso não assisto à Record.
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