sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O relato de uma doméstica

Hoje de manhã , fui à feira.

Antes de sair, meu patrão me pediu para eu trazer figo.

Aí eu perguntei: - Figo fruta ou bife de figo?

O homem ficou uma fera. Gente fina, seu Adamastor… num ligo não. Ele tem
sistema nervoso.

Também, com um emprego chato daqueles, vou te contar. Ele é Fiscal da Receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro.Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles. Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico. Não sei porque trio elétrico num carro, deve ser porque ele gosta de música baiana. Ingrato esse Adamastorzinho. Fiz a comida preferida dele e ele ainda me chamou de burra. Eu disse a ele, toda boba, quando ele chegou: - Adamastorzinho, adivinha a comida que eu fiz pra você?

Qual, Dircinéia?

- Começa com ‘i’… I??? >>- É, iiiiiii !!! >>- IIIII, num sei. - Pensa:
iiiiiiiii … - Huuuummm, desisto. - Istrogonofi !!!
Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e
fofoca com a amiga Craudete: - Cê num sabe da úrtima? Eu
discubri que aqui nessa mansão que meu trabaio é tudo fachada!

Como assim, Dircinéia? - pergunta a colega, confusa.

- Nada aqui é dos patrão! Tudo é imprestado! TUDO! Cê criditanuma coisa dessas?
Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani.. a gravata é dum tal de Perre Cardine… os moveis são do tal Luis Quinzi, o
carro é de uma tal de Mercedes… nadica de nada é deles. -
- Nooooossa, que pobreza! >>- E além de pobre, eles são muito ixibidos,
magina que ôtro dia eu escutei o patrão no telefone falando que tinha um Picasso.

-E num tem? -

Que nada, fia… é piquinininho de dá dó!’


By?Cogumelo Louco

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